Pontas de pulverização: a escolha correta melhora a eficiência das aplicações dos defensivos agrícolas
Para ter alta performance, é preciso escolher a ponta de pulverização que proporcione as características operacionais adequadas para garantir a eficiência e segurança nas aplicações , além de ter cuidado com o tamanho de gotas e taxa de aplicação
As pontas de pulverização agrícola são componentes essenciais para as operações de aplicação terrestre de inseticidas, fungicidas e herbicidas. Elas determinam o tamanho de gota do produto que será aplicado e qualidade do pulverizado. Em razão disso, é fundamental escolher pontas adequadas para que o defensivo atinja o alvo com eficiência para controlar pragas, doenças e plantas daninhas.
Apesar de serem componentes muito conhecidos e obrigatoriamente empregadas em todos os modelos de pulverizadores para aplicação terrestre, ainda é possível observar erros de manejo que comprometem os resultados no campo, como o uso de pontas entupidas ou desgastadas.
Alvos e modelos de pontas de pulverização
Os produtores utilizam inseticidas, fungicidas e herbicidas para controlar pragas, doenças e plantas daninhas, respectivamente. A pulverização dá condições para que os objetivos de cada categoria de produto sejam alcançados. O grande propósito da pulverização é fracionar o líquido em gotas de modo que o produto biologicamente ativo seja colocado no alvo desejado na dose recomendada, na cobertura adequada, com a mínima perda para o meio ambiente. Portanto, é preciso avaliar os tipos de pontas e suas indicações, calibrando o pulverizador de acordo com o tipo de defensivo escolhido e condições climáticas no momento da aplicação.
As pontas de pulverização transformam o defensivo líquido em gotas para lançamento no alvo desejado. Elas são responsáveis por operacionalizar três fatores essenciais para a correta aplicação terrestre: definir o formato do jato que será pulverizado, o tamanho das gotas e a vazão de calda que será distribuída na área. Dentre esses fatores, a vazão é um parâmetro muito importante que se relaciona com a velocidade de operação do pulverizador e condições climáticas para determinar a taxa de aplicação do defensivo.
As pontas podem ser fabricadas com plástico, aço inox ou cerâmica. Existem pontas do tipo cone, leque simples, duplo leque, leque com pré-orifício, leque de impacto e pontas com indução de ar. Cada uma delas apresenta particularidades em relação ao formato do jato, pressão suportada e tamanho de gota. Existe ainda um amplo espectro de gotas com seis classificações de tamanhos, que variam entre extremamente finas (EF) e gotas ultra grossas (UG), a depender da ponta escolhida¹ e da pressão utilizada.
“Muitos produtores utilizam um único modelo de ponta para todas as aplicações e esse erro de manejo gera perdas. O agricultor deve observar as recomendações de bula de cada produto. Inseticidas e fungicidas requerem gotas finas a médias. Para o uso de herbicidas, de modo geral é indicado aplicar o produto com gotas mais grossas”, alerta Vitor Carvalho Ribeiro de Araújo, analista de Stewardship da Sumitomo Chemical que é agrônomo, mestre em Agronomia e doutor em Engenharia Agrícola.
Durante a pós emergência das culturas, sobretudo nas aplicações de fungicidas e inseticidas, a necessidade de cobertura dos alvos se torna um desafio. O nível de área foliar vai crescendo e se faz necessário lançar mão de estratégias para garantir a densidade de gotas necessária para o controle fitossanitário. Dessa forma, as pontas de pulverização são preponderantes que se garanta esses níveis de cobertura adequados. No controle de doenças e insetos, as pontas de pulverização com formato do jato tridimensional como as pontas cone e duplo leque são recomendas para que se consiga penetração de gotas no dossel das plantas, assim como cobertura satisfatória
Manutenção, vida útil e substituição
Os agricultores devem registrar a rotina de utilização das pontas, considerando as características da peça e vida útil recomendada pelo fabricante para calcular o momento ideal da troca do componente. É recomendável checar o desempenho de todas as pontas durante a safra, realizando uma avaliação periódica manual ou automatizada de todas as pontas de pulverização. Se o produtor desejar, pode investir em um fluxômetro digital, que é um um equipamento que facilita e agiliza o processo de medição de vazão.
A variação de vazão aceitável é de no máximo 10% para mais ou para menos em relação ao padrão de fábrica. Quando a ponta apresenta vazão excessiva, isso significa que está desgastada e precisa ser substituída. Por outro lado, a ponta que tem uma vazão de mais de 10% inferior ao padrão pode estar entupida por impurezas. Nesse caso, para que a ponta seja desentupida e o desempenho retorne ao nível aceitável, é fundamental que o agricultor realize a limpeza correta e segura da ponta, por meio do uso de jato de ar comprimido ou utilização de escovas de cerdas macias para juntamente com uma solução de água e detergente para limpeza da ponta entupida.
Uma rotina adequada de limpeza dos componentes preserva a vida útil das peças. Confira orientações detalhadas sobre limpeza no artigo: eficiência de pulverização depende da correta limpeza, manutenção e inspeção do maquinário. Recomenda-se que todos os bicos de pulverização sejam higienizados com água, produtos de limpeza e uma escova macia. Os bicos são conjuntos de estruturas compostas por capas, anéis, filtros e pontas de pulverização.
Deriva e condições climáticas
A deriva é um fenômeno que ocorre quando o produto aplicado é levado para fora do alvo desejado. O manejo da lavoura pulverizada é comprometido por uma menor densidade de gotas depositadas enquanto a área atingida de maneira indesejada também registra perdas. “A deriva pode acontecer em função de vários fatores, sendo que o principal é o tamanho inadequado de gota. Gotas mais finas tendem a sofrer mais com a deriva”, afirma Araújo.
Para minimizar a deriva, recomenda-se ter muito cuidado com a escolha das pontas e observar as condições climáticas, sendo recomendado pulverizar as áreas com velocidade do vento entre 3km/h e 10 km/h. O vento acima do ideal é um grande causador de deriva, por ser capaz de carregar gotas de defensivos para longe. Por outro lado, a ausência de vento também é um problema, representando uma condição anormal de tempo que pode registrar inversão térmica e manter partículas de defensivo em suspensão no ar, prejudicando assim o atingimento do alvo e acentuando o risco de deriva.
Durante a pulverização, é importante também que a temperatura esteja abaixo de 30 graus e que a umidade relativa do ar esteja acima de 50%. “Para reduzir deriva, deve-se lançar mão das técnicas que consistem em integrar as condições operacionais adequadas, com o seguimento das condições meteorológicas, e fazer uso de formulações e adjuvantes com potencial de redução de deriva”, orienta Araújo. Entre as sugestões para facilitar a rotina, o produtor pode usar ferramentas como um termo higro anemômetro para avaliar as condições do tempo e escolher o melhor momento de aplicar.
Pontos de atenção na aplicação de herbicidas
Tamanho de gota e taxa ideal de aplicação têm grande impacto na eficiência dos herbicidas
Os herbicidas requerem atenção especial durante a pulverização, já que a deriva destes produtos convertem em prejuízo econômico e podem ocasionar fitointoxicação de cultivos ou plantas não alvo. Portanto, a correta escolha da ponta de pulverização é um fator-chave para aplicações eficientes e seguras desses produtos.
Na maioria das vezes, esses produtos exigem a formação de gotas médias a grossas e nem sempre o produtor realiza a troca das pontas por modelos recomendados pelos fabricantes dos defensivos. Esse erro prejudica a eficiência de controle das invasoras, resultando em aumento das populações de plantas daninhas, elevação da pressão de seleção e indivíduos resistentes, o que vai tornando o manejo gradativamente mais desafiador. Segundo Araújo, é preciso ter mais cuidado especialmente durante a entressafra de grãos. O momento de dessecação pré-plantio da soja representa uma grande oportunidade de controle efetivo das infestantes e dos bancos de sementes no solo, mitigando os riscos de emergência futura da maioria das espécies. “Os herbicidas de contato têm uma necessidade de aplicação que garanta a maior cobertura foliar possível das plantas daninhas, requerendo a formação de gotas médias a grossas. Para os herbicidas sistêmicos, são necessárias gotas grossas a ultra grossas e, para esse objetivo, é recomendado o uso de pontas com a tecnologia de indução de ar”, diz o engenheiro agrônomo.
Outra dica importante é respeitar a faixa de taxa de aplicação (ou volume de calda) recomendada na bula do produto. Segundo Araújo, existe uma tendência de redução da taxa de aplicação dos insumos com o objetivo de diminuir o tempo de paradas para reabastecimento e otimizar o uso de combustível. No, entanto, a adoção de volume de calda abaixo daquele recomendado em bula representa um risco adicional para a pulverização. “Para manter a cobertura adequada, a redução de calda implica em redução de tamanho de gota também. Isso compromete a eficiência do herbicida e a aplicação fica mais vulnerável aos problemas relacionados às condições climáticas”, alerta Araújo.
Referências: ¹Espectro e classes de tamanho de gotas: O que é preciso saber e como interpretar resultados. Disponível em: <https://www.upherb.com.br/int/espectro-e-classes-de-tamanho-de-gotas-o-que-e-preciso-saber-e-como-interpretar-resultados>
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Produto perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, bula e receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual (EPI´s). Proibida a utilização do produto por menores de idade. Não coma, não beba e não fume durante o manuseio do produto. Aplique as doses especificadas e recomendadas na bula do produto. Primeiros socorros e demais informações, vide o rótulo, a bula e a receita agronômica. Descarte as embalagens e restos de produtos dentro das normas, e não reutilize as embalagens vazias. Sempre inclua outros métodos de controle de pragas, seguindo o MIP.
Produto para uso agrícola. Venda sob receituário agronômico. Consulte sempre um engenheiro agrônomo.